30 de outubro de 2010

Introdução à Literatura Infanto-Juvenil. Parte 3. Categorias.

A segunda Categoria que iremos discutir será Ação/Aventura.
Não é difícil perceber essas características na literatura infanto-juvenil, até porque quando falamos nela, a primeira que nos vem à cabeça é: herois corajosos enfrentando monstros inimagináveis, utilizando feitos indistinguíveis para salvar uma donzela, uma vila, uma cidade, ou o mundo. Apesar de saber que não é assim que acontece na literatura de adolescentes e crianças (Ver Drama Feminino), mas que assim é mais emocionante e divertido.


Historicamente falando os livros destinados a crianças, sempre eram de cunho pedagógico, ou moral; sempre que esses princípios eram contextualizados, ou seja, transcritos através das histórias, qual o cenário utilizado? Sim, a Aventura. Está certo que os Contos de Fadas e Fábula eram excessivos na época, mas prevalecia o clima de “suspense”, “viagem” e “descobrimento”; ou como Chapeuzinho Vermelho teria ido sozinha até a casa de sua avó e encontrado um imenso e faminto Lobo Mau?


Acontece que esse tema foi se popularizando, e de certa forma carimbando sua marca na Literatura Infantil e Juvenil. Convenhamos que esse cenário chama bastante a atenção, principalmente quando as personagens estão sob tensão, satisfazendo a ansiedade do leitor, e o melhor, agradando de certa forma que a obra será divulgada para outros leitores e assim formando uma corrente de pessoas interessadas pelo gênero.


Tudo bem, esses são conceitos modernos, aplicados à categoria Ação/Aventura, o que não quer dizer que as histórias de ação não são boas, apesar de ser muito utilizada para a venda de livros. Definindo melhor esta categoria tem uma afinidade muito intensa com o entretenimento, caracterizando-a como leitura de diversão.


Podemos encontrar boas histórias de aventuras, nos moldes de obras como Harry Potter e Percy Jackson, enfim essa categoria serve como pano de fundo para outros gêneros, não os desconsiderando ou diminuindo-os, onde o objetivo principal é estimular a imaginação.


Bem, essa foi uma breve descrição da categoria Ação/Aventura em breve mostraremos muito mais notícias e divulgaremos as literaturas que compões este gênero.

29 de outubro de 2010

Introdução à Literatura Infanto-Juvenil. Parte 2. Categorias.

Bem, já sabemos o que define a literatura infanto-juvenil, mas como a series Luz e Trevas (Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer) está encaixada no mesmo conceito de... Alice no País das Maravilhas? Calma, também sabemos que a maior parte da literatura direcionada a jovens, está diretamente ligada com indústria cultural e comercial, portanto, voltada para obtenção de lucro; afastando a produção intelectual da obra, considerando-a como vaga e não artística. Julgamentos à parte, deveremos ter em mente que o mais precioso nesse blog é a obra e sua importância, mesmo sendo relacionada às características acima.

E o que difere a série Luz e Trevas,de Stephenie Meyer, da consagrada Alice no País das maravilhas, Lewis Carroll é a Característica de cada obra. Desde que a literatura infanto-juvenil ganhou forte influência, ela tem passado por diferentes estilos, consistindo certo tipo de moda entre seus leitores. Hoje podemos numerá-las e estudá-las de forma adequada.
A seguir definirei as chamadas “Categorias” de literatura infanto-juvenil, mostrando alguns exemplos de com as categorias correspondentes.
A primeira Categoria discutida será Drama Feminino.

Os dramas femininos estão cada vez mais populares, sua origem histórica não é tão importante, por dois motivos: primeiro, o drama é um gênero universal, integrado a todas estórias; segundo, essa característica podem ser notável em diversos livros de variadas épocas, um exemplo bem antigo é Pollyanna de Eleanor H. Poter em 1913, portanto o que vale é discuti-la, e apresentar a data de quando ficou mais evidente. É bem provável que todo mundo (ou pelo menos aqueles que são informados, ou os que tentam a qualquer custo) têm conhecimento da série que iconisou a Literatura Infanto-Juvenil: Harry Potter.
Não parece, mas foi desta série que o chamado Drama Feminino teve origem popular (e de massa), HARRY POTTER NÃO É DRAMA FEMININO, mas a narrativa voltada para a evolução e amadurecimento da personagem, impressionou tanto que chamou a atenção de vários escritores.
Atualmente os livros mais vendidos, são caracterizados como Drama Feminino, literatura altamente voltada para garotas, pois tratam de temas como amor verdadeiro, primeiro amor, moda, estética, atualidades e todo o tipo de tema que componha o glamour de uma adolescente. O sobrenatural também está bastante presente nestas estórias, muitas vezes a paixão das protagonistas são vampiros, lobisomens ou anjos.

Outro atributo marcante no Drama Feminino é independência, dedicada ao sexo feminino, muitas das personagens são introduzidas com uma personalidade incontestável, às vezes apresenta a delicadeza feminina, mas a maior parte é a resistência que possuem. Uma forma quase imperceptível de contrapor o preconceito masculino.
Enfim os Dramas Femininos são totalmente dedicados as mulheres (obvio, não?). Sim. O importante é ressaltar que estas obras são os resultados, modernos, dos antigos romances utópicos do século 18, que apresentam jovens damas num contexto contemporâneo (escola, família, relacionamentos) e suas capacidades.

Em breve mostrarei alguns exemplos de Literatura Infanto-Juvenil – Drama Feminino, incluindo sinopses, imagens, notícias e muito mais.

O Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura Mário Vargas Llosa

No inicio deste mês a Academia Sueca anunciou o nome do vencedor do Prêmio Nobel de literatura de 2010 e para surpresa de muitos foi o escritor peruano Mário Vargas Llosa, uma das principais figuras responsáveis  pelo chamado boon da literatura latino-americana durante os anos 60 e 70. Antes  deste ele já havia ganhado inúmeros prêmios em vários outros países, como o Cervantes em 1994, o mais importante da língua espanhola. 

                              
Mesmo com tanto reconhecimento por sua obra, é ainda assim um autor bastante controverso, amado por  uns e combatido por  outros que o acusam de adotar  um estilo arcaico   e   ultrapassado   em  sua  maneira   de  escrever.   Já   aqueles   que   o defendem dizem que o autor peruano consegue unir "a amplitude social  da época áurea do romance com a ousadia  linguística dos modernos". O  fato é que comparado com outros escritores latino-americanos Vargas Llosa tem um estilo mais clássico, adotando também uma técnica de contar histórias a partir de vários pontos de vista,  sem  respeitar  ordens  lineares.  Característica que pude comprovar em A Casa Verde, seu segundo livro publicado e o único que até agora li. Neste livro a ação se passa em dois lugares diferentes: a selva e uma cidade chamada Piura. Nestes  cenários,  Vargas  Llosa  tece sua história, como   numa   colcha   de   retalhos,   a   partir   de   fragmentos   de   diálogos   e acontecimentos separados no tempo e no espaço.
                              
O primeiro romance de Mário Vargas Llosa chama-se A Cidade e os Cachorros, onde é feito um triste balanço do espírito reacionário presente no meio militar. O romance é baseado em dois anos de  formação na Escola Militar de Lima, para onde foi mandado por seu pai que desejava tirar do filho as veleidades poéticas.
                              
O escritor peruano foi o sexto escritor latino-americano a receber o Nobel de literatura. Segundo a academia Sueca Mário Vargas Llosa recebeu o prêmio por conta da  "cartografia de estruturas  de poder  e  imagens vigorosas   sobre a resistência, revolta e derrota individual" presente em sua obra.

27 de outubro de 2010

Análise da Obra: Eu, Robô de Isaac Asimov



Quantos de nós pensamos equivocadamente que a idéia de um mundo interativo entre humanos e robôs é nova? Quando falamos sobre essa questão temos em vista o Japão e seus crescentes avanços tecnológicos, seus robôs cada vez mais humanos, com expressões mais reais, movimentos buscando a equiparação com a leveza do andar humano, ou seja, um robô nos nossos moldes. O que aconteceria em uma realidade onde a existência humana entrasse em confronto ideológico com a destes seres? Até onde poder-se-ia afirmar que um robô tem existência própria?

Pois foram a estas questões  que o escritor Isaac Asimov (1920 – 1992) dedicou parte de suas obras. Isaac Asimov nasceu em um gueto (Petrovichi) da cidade russa de Smolensk no dia 02 de janeiro de 1920 . Foi com sua família para os EUA em 1923 sendo criado em Nova York no bairro do Brooklyn. O Dr. Asimov estudou na Universidade de Columbia, onde se graduou em 1948; foi professor assistente de Bioquímica na Escola de Medicina da Universidade de Boston. Em 1958, deixou este cargo para se dedicar inteiramente à sua atividade de escritor. O nome deste autor tornou-se familiar no decorrer das últimas décadas, tanto para cientistas como para leitores de ficção-científica. Escritor de enorme talento e assaz prolífico, ostenta um impressionante recorde de mais de cinqüenta sucessos literários no domínio da ficção e da não ficção.

Isaac cansado da limitação literária que se difundiu devido ao clássico de Mary Shelley “O Frankenstein”, onde o homem desafia a morte e cria um ser artificial dotado de inteligência e capacidade, mas que acaba por eliminá-lo em um terrível complexo, onde o ser acaba se revoltando contra seu criador, numa espécie de punição por tentar imitar a Deus.

Pois esta chamada “Teoria Frankensteiniana” influenciou vários autores antes de Asimov, tornando a literatura repetitiva e sem muitos horizontes. Farto desta idéia Isaac Asimov propôs escrever algo diferente, que mudasse essa visão.

Neste livro, dividido em 9 contos, Asimov percorre a estória da robótica na humanidade apoiada sobre três pedras fundamentais, as três leis da robótica:

1- Nenhum robô pode ferir um ser humano, nem permitir que sofra, por inação, qualquer dano;
2- Um robô tem que obedecer às ordens que lhe forem dadas pelo ser humano, a menos que contradigam a primeira lei;
3- A obrigação de cada robô é preservar a própria existência, desde que não entre em conflito com a primeira ou a segunda lei.
Alicerçando-se nestas afirmativas Asimov demonstra as várias reações dos robôs que muitas vezes parecem figuras metafóricas de algum preconceito que hoje vivemos.

O primeiro conto, intitulado “Robbie” narra a história de um robô sem voz, tendo de sofrer o ostracismo de uma sociedade que vê na ascensão maior dos robôs a perda da autonomia. Robbie tem a função de ser um robô-babá de uma garotinha. Afeiçoada a ele ela deixa de lado amigos humanos para desfrutar de sua companhia e então sua mãe percebe nisso uma “ameaça”. Um robô não pode ser amigo de um humano, esta é a grande afirmação que se dissolve no decorrer da narrativa.

“Brincadeira de Pegar” é o conto subseqüente, capaz de mostrar como uma máquina se perde entre as considerações de ser ou não ser, Speedy dividido entre a segunda e a terceira lei, não é capaz por si só de escapar da inevitável ordem recebida e a auto-proteção exigida sendo necessária a intervenção externa de Powell e Donavan que lhe tira da incógnita em que se debatia.

“Razão” narra a estória de Cutie um robô dotado da incrível capacidade da razão, onde este desenvolve a capacidade de análise e racionalização da realidade, acabando por concluir que era superior aos humanos, não devendo a estes obediência mas ainda sim preso a primeira lei. Logo, não podendo admitir que foi criado por um ser “inferior” busca a justificação de sua existência apoiada numa força maior que em seu contexto é o conversor de energia, para o qual ele foi criado. É uma verdadeira análise sobre o homem e Deus.

“Pegar o Coelho” mostra a dificuldade em se lidar de maneira eficiente com várias seres independentes de nós. Dave é encarregado de 5 robôs menores que são considerados parte dele mas mesmo assim possuem uma própria “mente”, sobrecarregado de tensão este não consegue o controle em situações difíceis e “surta” no meio de uma crise. É uma visão sobre o trabalho moderno.

“Mentiroso!” é uma pérola, relata a história de um robô RB-34 de nome Herbie, capaz de se conectar e “ler” pensamentos humanos, na busca de uma equação que explique a anomalia do robô os doutores Alfred Lanning, Peter Bogert, Susan Calvin e Milton Ashe. O problema é que este robô obedece a primeira lei e não pode ferir seres humanos tanto externa quanto internamente e por isso e prega algumas “mentiras” que depois se voltam contra ele em uma ira que o deixa louco. A mentira tem perna curta.

“Pobre Robô Perdido” encontra-se no limite da primeira lei, modificada para modificada para que ele desempenha-se uma função, ele acaba desenvolvendo um complexo de superioridade ao receber uma ordem para desaparecer este se esconde no meio de outros robos do mesmo tipo, trava-se então uma batalha entre a inteligência limitada e a lógica e dedução infinitas.

Fuga! este conto narra uma viagem para o fantástico, uma máquina que não pode assimilar a idéia de morte humana tem de desenvolver uma nave que levará seus tripulantes a morte e a vida.

"Prova" retrata a manipulação da opinião publica através dos escândalos por mais absurdos que possam ser, e a luta entre a cidadania e o sistema de favores e vantagens.

Por fim, "O Conflito Evitável", onde as Máquinas passam a projetar o futuro, eliminando as possibilidades de uma guerra e garantindo sua existência como o melhor para toda a humanidade, onde a primeira lei ganha outra interpretação mais global: "Um robô não pode causar mal a humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal, nem permitir que ela própria o faça."

O livro passa por diversas contradições humanas e as contrapõem numa lógica perfeita. Indicado para todos os públicos, "Eu, Robô" é mais que uma ficção, é um passeio entre possibilidades e uma descoberta nova a cada página. Ensina que nem tudo aquilo que o homem constrói é para sua própria destruição, é a união, não perfeita, pois em um mundo material é impossível, mas uma união equilibrada a partir do tempo e sustentável. Sobretudo, o livro nos ensina que devemos administrar melhor nossos recursos tanto teórico quanto materiais para que a soberania individual não acabe por atropelar e extinguir nossa humanidade.

22 de outubro de 2010

Introdução à Literatura Infanto-Juvenil. Parte 1

Sabemos muito bem que essa literatura está bem presente na vida de muitos adolescentes e crianças, o mercado literário está cheio de propagandas, e histórias novas. Mas quando a literatura voltada para criança e adolescente surgiu? O que tem demais nessa literatura? Ela tem alguma utilidade para o leitor ou é apenas uma forma de obter lucro?



Muitas dessas perguntas serão respondidas com máximo de simplicidade possível, para melhor entendimento de qualquer interessado no assunto.

Primeiramente farei uma definição de Literatura Infanto-Juvenil, para, em seguida, descrever sua história, utilidade e desenvolvimento.

Hoje, quando se fala em Literatura Infanto-Juvenil, pensamos diretamente em paixões utópicas por Vampiros, pensamos em dramas escolares, e o mais novo: pensamos em paixões utópicas por Anjos. Se formos retroceder 5 anos, pensaremos em magia, escola de magia, duelos entre varinhas; e se voltarmos mais 10 anos, vamos lembrar de: garotos, que descobrem segredos e vão investigar, entrando em um mundo de maravilhas; herois mirins com responsabilidade de um adulto.

Bem, na verdade, tudo isso caracteriza a Literatura Infanto-Juvenil, a tendência entre as épocas é diferente, mas o princípio é o mesmo. Então o que realmente define essa Literatura?

O que a define é abordagem de temas correspondentes às idades de 11 a 17, tratando de temas relacionados à puberdade, sexualidade, primeiro amor, problemas familiares, bullyng, independência, escola, amizade, entre outros assuntos que fazem parte do cotidiano de uma criança ou adolescente. Se fosse só isso seria sem graça, é necessário algo mais: o acréscimo da fantasia, do maravilhoso, do sobrenatural, do mistério.


Já é de nosso conhecimento que o inexplicável, nos deixa curiosos e ao mesmo tempo nos repele, condição essa refletida na literatura infanto-juvenil, dessa forma representando o amadurecimento, a transição do infantil para o adulto, e claro refletido através de seres e situações fantásticas.

Mas nem tudo é como deveria ser, portanto, nem toda literatura voltada para as primeiras idades segue esses padrões, muitas apenas usam os cenários que encantam as mentes de jovens, para fins de entretenimento, e consequentemente fortuna. O mais importante é saber que a Fantasia nessa literatura é um símbolo para representar o medo, a dúvida, a felicidade, e o sentimento de uma criança ou adolescente.

Bem, isso é tudo por enquanto, depois discutiremos outras situações envolvendo a nossa literatura fantástica.

APRESENTAÇÃO DA EQUIPE

Saudações a todos os leitores e apreciadores da literatura! Somos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Pará e estamos inaugurando um blog que tem por objetivo central a divulgação e o estimulo a leitura na nossa realidade.

Sabemos que o Brasil é um País que não dá atenção a educação, o reflexo disso em nossa sociedade é a violência, os escândalos, a corrupção, tudo apoiado em cidadãos que por não terem acesso à informação por diversos fatores permeiam uma visão ignorante e sempre passiva das coisas.

Logo, pela necessidade de se mostrar o mundo mágico envolto na leitura, um dos prazeres que só se pode ter através do incentivo, é que dedicamos este espaço para a democratização de todos os tipos de literatura.

Qual incentivo maior do que a leitura para que nós desenvolvamos uma visão critica e um discernimento de mundo maior? Queremos mostrar que independente do tipo de livro, história, contexto ou outro fator, toda leitura enriquece o homem e expande seus horizontes.

Assim como em algum momento das nossas vidas alguém abriu nossos olhos para o mundo fantástico das fábulas cheias de lições, das historias e anedotas cheias de divertimento, de narrativa mais analítica recheada de metáforas ou da poesia imantada de sentimentos e reflexos, essa mesma percepção queremos retratar através de resumos de obras, indicações poéticas, discussão de conceitos, estilos, obras, autores, debates, enfim, tudo quanto possa estar relacionado com nossa intenção: de ganhar mais leitores!

Esperamos proporcionar todas as informações inerentes e necessárias para mantê-los interessados e atualizados sobre o mundo da literatura.

Contamos também a colaboração a partir de sugestões e divulgação do nosso blog, tudo quanto nossos leitores propuserem para que cresçamos e possamos cumprir com nossos objetivos. Nosso mais sincero desejo é que este canal de comunicação seja o mais democrático, atual e agradável possível. Comentem!

Cordialmente,
A equipe
Artemisa, Diego, Felipe, Joseane e Thyago